20.8.10

Carmas Urbanos

Ela sempre volta
paranóias e armadilhas
Lexotan, sangue e sistema nervoso neural

Ele nunca volta
nunca quis estar
onde nunca se enxerga mesmo com óculos
Omissão paga com cheques mensais

Um dia de megafone
entre carmas urbanos
fazendo das vidas
ciranda de letrinhas
Por distração
Por maldade
Por pura falta de paz.

Esses lúdicos valores
expõe meu mundo
MAM com temporada
prevista pro MASP e
comercial nobre
em TV aberta.

Todos vão ver o sol
Brincar de rebolar em quartéis militares
Cuspir numa mártir comunista
Respirar ar puro
de uma câmara de gás nazista
Pichar a Monalisa no Louvre, ou
chupar o pau do palhaço Carequinha

E eles que não voltem hoje
porque amanhã tem praia
e o sol vai estar a pino
na minha cara estragada
cheias de rugas astrais

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