18.9.10

Viagem com o Sargento Pimenta

Ganhei uma máquina do tempo. Um toca discos em vinil.

Ontem fiz uma viagem ao início da década de 90. Início da juventude merece uma droga poderosa e lá fui eu procurar o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles.


Capa do LP Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (The Beatles, 1967) 
Uma limpeza na agulha empoeirada e um carinho no LP com a flanela e pronto.

Início do lado A - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, música que deu nome ao disco.

Começa a Viagem com ruídos do público e os primeiros riffs de guitarra elétrica.

Me deparei com um tempo sem Orkut, Twiter, MSN. Tempo em que os nativos não eram digitais e o máximo de tecnologia era ter um Pager Teletrim.

Música 3 - Lucy in the Sky with Diamonds, onde as iniciais LSD remetiam a droga utilizada por Lennon e Paul. O mundo não precisaria mais se drogar para viajar. A droga estava pronta nos seus acordes de Lucy e sem entorpecentes.

Lá estava eu no tempo onde os amigos estavam mais presentes, os abraços eram calorosos e não vinham acompanhados com emotions coloridos e irritantes.

Um tempo onde o Circo Voador era realmente um circo e na minha cabeça existia uma áurea mais leve, juvenil. Carregava uma vontade de inovar o mundo e as pessoas eram mais tácteis, vivas e sem códigos binários.

Final do lado A - Being for the Benefit of Mr. Kite!

Acordo com o som inconfundível da agulha nas fendas do vinil a espera de mais combustível. Pausa para por mais gelo no copo.

Início do Lado B - Within You Without You

Doses de Jonny Walker depois estava literalmente lá. Calça Levis 501 rasgada, vários brincos na orelha, uma barbicha ridícula, bota, camisa do Nirvana e nada na cabeça. E eis que vos digo: O que mais gostei de reviver foi não ter nada na cabeça além de projetos audaciosos, poemas em guardanapos e um foda-se fácil, imponente e arrogante que deslizava para o mundo garganta a fora com uma naturalidade inconseqüente de quem acreditava não precisar dele para viver.

Os amores eram misteriosos e volúveis, com a mesma intensidade. Como acordes de A Day in the Life e seus 160 instrumentos sobrepostos interrompidos por um dissonante despertador que me fez acordar em 2010.

Hora de guardar o vinil em pé para não empenar e ir dormir no anonimato como todos os outros que ficaram de fora da capa mais conhecida de todos os tempos da história do rock´n rool.

Nenhum comentário:

Postar um comentário