5.9.10

Um Dia Sem Fé

Andando
mesmo sem esperança
e com o movimento de sobreviver
Castigando e cortando navalhas

O corpo sempre responde
andando
para momentos de alegria contida
Quase sempre escassos
Quase sempre calados

Como se a máquina rastejante
não fosse feita para rir
Vida que não perdoa
Vida que segue
Vida que atropela

Sermões de ânimo
com dízimo nas mãos
transformam pastores
em comerciantes de fé
para as almas que temem parar

Andando sempre
o circo tem platéia cativa
balançando as jóias
O show não pode parar

Mas o fim me parece o início
do descanso
de quem conta moedas
para andar ainda mais atrás de outras

Andemos sem parar
nem mesmo para refletir
Sem desanimar

Um comentário:

  1. Talento e sarcasmo, dentro de um
    infinito de possibilidades.
    Eis que se acende uma luz criativa
    nesses tempos de treva...
    Forte abraço e sucessivos sucessos!!!

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