Se eu não me destruísse
Se não despertasse
Pode nem saber
Junto caminho só
Culturalmente curtido pelo mundo
Namorando, traindo o meu olhar
O eterno termina sempre amanhã
Contido, caio em luto
Sentimentos em tocaia
Mudo realmente calado
Portais de loucura entreabertos
Som sempre acima
Confortável exposto
Alegria compulsiva de ferida aberta
Sigo tendo o sofrimento ignorado
Pelos watts de energia persuadindo
o mundo a ter um Calvin Klein
Pelo coma profundo dos cacos
de um antigo aparelho de chá
dormindo numa obra de Galdi
Pela ferrugem que corrói um
importante parafuso que suporta
a bela torre de Paris
Pelos acordes mais famosos,
prensados em vinil,
vendidos numa loja em Liverpool
Pelos abraços que Vênus de Milo
nunca me deu
Até mesmo pela ausência do medo
daquele silêncio que precede o fim
Se eu despertasse
Se eu não me destruísse
Nessa loucura que é viver
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