A vitamina do certo
contamina toda vida descomposta
No porto quase mascarado
singelo grito sozinho
esperando o bom e o belo
O Rio de Janeiro continua lindo
com suas balas perdidas
enfeitando o corcovado
e as ondas perfeitas com horizonte
do posto 9
Amargo é o sertão de tão triste
como minha alma perdida
cheia de catarro nas narinas
Sinto-me Ray Charles cheio de dom
não enxergando um palmo
diante a espada impiedosa
80 loucos samurais
O meu amor é canino
em desfile de pulgas
pelos teus quadris
Teto negro impressionista
Fila da câmara de gás
Preciso de menos BOPE e
mais Suvaco do Cristo
Preciso de mais Maracanã e
menos sangue no jornal
Leitura de revolta sem voz
Amigos meus,
escondidos personagens
nos trens da Central do Brasil
no Baixo Gávea
nas obras do MAM
fingindo que são quase o que sinto
E o equilíbrio vem de dentro
quase que nunca nu
Tom sustenido
perdido entre acordes dissonantes
Mascando o chiclete novo
com o mesmo gosto do nada
Tempo traindo minha memória
que pouco uso para o incerto
Minha cidade poderia ser apenas Arpoador,
Mirante do Leblon,
Baia de Guanabara,
cariocas
e minha empolgação surrealista
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