Tanto a rodar.
Não venha curar-me
da doença de viver
a noite substancial,
nem tente me seguir
aos becos subornando a carência
com beijos de tesão duvidoso.
Será que estará
mordendo outras línguas sem sabor,
correndo no Central Park,
abrindo portas mentais em Amsterdan,
esperando minha chegada
na próxima estação.
Encontrarei o meu amor.
Vou rodar
por mais alguns bares.
Breve estarei só.
Tenho que ir, relento.
Beira de estrada veloz.
Frio puro e denso,
sem o mantra do aparelho de
condicionar ar.
Olhares por toda a cidade.
Cheiro incomensurável.
Bocas de um só beijo,
esquecível na ressaca
de vinhos amargos.
Será que estará
dentro daquele carro policial,
na piscina da casa no Joá,
mergulhando nua no Arpoador,
mixando novo cd em Liverpool.
Onde estará o meu amor?
Vai amanhecer.
Tenho ainda lugares
e sorrisos a conquistar.
Acabou sonhos e cigarro,
enquanto estados de vida
revezam-se numa ciranda
de escuridão e iluminação
em comum acordo com o clima.
Será que estará
escrevendo versos baratos no metrô,
nos acordes do violão de Fromer,
recebendo e-mails num ciber café,
devotando a um sutra no Tibet.
Ainda não encontrei meu amor.
Fim da estrada.
Encontro marcado na alma,
sol a pino na cara estragada.
Cama confortável.
Estímulos inúteis de percepção
que ninguém percebe.
Incenso,
escuro artificial,
sono,
dormi.
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